População e AM de Sines<br> reivindicam mais médicos
A falta de médicos e de equipamentos de saúde em Sines motivou uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal, na qual foram feitas criticas e apontadas soluções para o problema.
«É vergonhoso que tenham de ir buscar médicos ao país vizinho», lamentou o presidente da Assembleia Municipal de Sines, Francisco Pacheco, da CDU, durante a reunião, que se realizou na passada semana.
O concelho de Sines, com duas freguesias (Sines e Porto Covo), dispõe de um centro de saúde e respectiva extensão, trabalhando nesses serviços seis médicos, apesar de actualmente apenas três estarem ao serviço. O quadro pessoal prevê 14 profissionais.
O director de um centro de saúde, Carlos Reis, refere que são necessários mais profissionais: «No Verão, por exemplo, atendemos uma média de 120 a 130 pessoas por dia».
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Sines, Manuel Coelho, argumentou que o sector da saúde «atravessa uma situação gritante». «Este concelho tem sido menosprezado ao longo dos anos e é preciso que a população assuma uma atitude reivindicativa», incentivou o autarca da CDU, médico de profissão, dirigindo-se às cerca de duas centenas de populares que assistiram à reunião.
A construção de um novo centro de saúde para a cidade «adequado às necessidades» da população foi outra das exigências de Manuel Coelho, referindo-se a um projecto que já chegou a ser contemplado em PIDDAC mas que, este ano, não figura no documento.
Promessas
A sessão serviu também para o coordenador da sub-região de Setúbal da Administração Regional de Saúde, Emanuel Esteves, avançar com a possibilidade de contratação de seis novos médicos.
«Há um casal de médicos, que trabalha no Centro de Saúde de Grândola, disponível para vir para o de Sines. Esta é uma questão que deve estar resolvida até ao final do mês», disse, acrescentando que uma outra médica, a laborar num outro centro de saúde do Alentejo, «está interessada em fixar-se em Sines», devendo «brevemente» ser publicado um concurso para a contratação de mais um médico.
«Está ainda em fase de elaboração um outro concurso para preencher mais uma vaga e vamos tentar fazer o namoro com Espanha para contratar um médico, especialista em Medicina Familiar e Geral», concluiu.
A falta de médicos é um problema que afecta vários concelhos da região do Alentejo, sobretudo os mais interiores, e tem sido amplamente debatido e criticado por populações e autarcas.